O Supremo Tribunal Federal (STF) recebe nesta semana o ex-presidente Jair Bolsonaro, que será interrogado sob a acusação de tentativa de golpe de Estado. A série de audiências começa nesta segunda-feira (9), com o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, e segue até sexta-feira (13). Bolsonaro será o sexto a depor.
A investigação, conduzida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que Bolsonaro teria liderado uma organização criminosa que pretendia deslegitimar o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva, e impedir sua posse.
Se condenado pelos crimes de tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o ex-presidente pode pegar até 40 anos de prisão. O caso ganhou fôlego com a colaboração de Mauro Cid, que, em busca de redução de pena, entregou detalhes da trama e diálogos comprometedores.
Na semana passada, Bolsonaro garantiu que irá responder às perguntas do STF: “Estarei lá com a verdade do nosso lado”, disse. A expectativa é alta para seu confronto com o ministro Alexandre de Moraes, a quem já criticou duramente em público.
Além de Bolsonaro, ex-ministros e ex-comandantes da Marinha e da Abin também prestarão depoimento. As sessões serão transmitidas ao vivo, direto do prédio do STF em Brasília — ironicamente, o mesmo que foi depredado por manifestantes bolsonaristas em janeiro de 2023.
Com ambições políticas ainda vivas, mesmo estando inelegível, Bolsonaro aposta neste interrogatório como palco para reafirmar sua versão dos fatos. O país assiste atento — o que está em jogo vai além de um julgamento: é o destino da democracia brasileira.
Por Redação